A ARTE DA GUERRA

Nota ao instrutor: Traduzida pela primeira vez por um sacerdote jesuíta missionário na China, uma das obras mais populares da História e o primeiro tratado militar conhecido, A Arte da Guerra merece atenção, já que trata sobre um assunto inerente à condição humana, de cristão e de congregado mariano: a iminência da guerra, seja no campo espiritual, contra o já sabido Inimigo, ou seja, o mundo, o diabo e a carne; mas também na realidade apostólica, na preparação de uma estratégia sólida para o Serviço. A obra, quando iluminada à cosmovisão católica, é um guia útil para o incremento da vida espiritual e da solidez do apostolado na Igreja e no mundo.
Importante: Trazer sempre a instrução para o contexto já referido.
Tempo de aplicação: Aproximadamente 1h10
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A Arte da Guerra

Autor: Sun Tzu (544 A. C. - 496 A. C.)
Publicação: 1772 com o título de Les Treize Articles (Os Treze Artigos).
O tradutor: Traduzido para o francês pelo padre jesuíta Joseph-Marie Amiot, SJ, astrônomo e historiador, missionário francês na China • Ingressou na Companhia de Jesus em 1737 • Enviado em 1750 como missionário para a China • Escreveu o mais completo dicionário francês-manchu, língua até então desconhecida na Europa • Escreveu a coleção de vários volumes Mémoires concernant l'histoire, les sciences et les arts des Chinois • Traduziu La Vie (O Tao) de Confúcio (10º volume da coleção) a versão mais completa até então • Tradutor oficial de línguas ocidentais para o imperador Qianlong • Diretor espiritual da missão francesa em Pequim • Foi o último sobrevivente da missão jesuíta na China • Morreu em Pequim, em 1793,

O que considerar ao ouvir:
O inimigo: o demônio, o mundo e a carne
Pensar na vida apostólica e na vida espiritual, encontrar no decorrer da exposição aquilo que mais se adéqua à sua realidade.

CAPÍTULO I -  DA AVALIAÇÃO

Planejamento Inicial (pinyin: Shijì)

5 PONTOS IMPORTANTES
1 Caminho: (Tao) Pensamento do povo em harmonia com o dos governantes;
2 Clima: Condições climáticas;
3 Terra: Terreno, Dificuldades;
4 Líder: Virtudes necessárias: sabedoria, integridade, disciplina, coragem e humanidade;
5 Método: Eficiência, rendimento, controle de gastos.

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO
Qual dos soberanos tem o Tao?
Qual comandante é mais competente?
Qual dos lados possui vantagens de clima e terra?
Qual exército segue os métodos?
Qual lado é mais rigoroso ao recompensar e punir?

"Há momentos em que a maior sabedoria é parecer não saber nada"

CAPÍTULO II - DO COMANDO DA GUERRA

Guerreando (Zuòzhàn)
Na guerra, preze pela vitória rápida e evite as operações prolongadas

• Trabalho longo, muita energia gasta;
"Não conheço bom exemplo de inteligência associada a ações demoradas".
"Nunca houve Estado beneficiado por guerra prolongada".
• Aquele que aproveita melhor o tempo tem mais vantagens do que se tivesse tropas numerosas e mais abastecimento;
• Não carregar muito suprimento, abastecer-se com os frutos do solo do inimigo. ("Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento." Mt 10,9c)
• Entre na guerra com a força necessária.
"Uma vez em guerra, não perderá tempo chamando reforços".

CAPÍTULO lII - DA ARTE DE VENCER SEM DESEMBAINHAR A ESPADA

Estratégia ofensiva (Móugong)

Melhor: Tomar o país/exército intacto.
Menos melhor: destruir o país/exército.

É mais produtivo conquistar sem destruir.

O máximo de excelência é subjugar um exército sem precisar combater.

A melhor estratégia militar é:
• 1 atacar as estratégias dos inimigos;
• 2 atacar suas alianças;
• 3 Atacar seus soldados em seu próprio campo.

O pior é sitiar cidades muradas, o que deve ser feito apenas em último caso.

O que traz desgraça para um exército:
• Ordenar avanço ou retirada sem ter certeza se a tropa será capaz de obedecer;
• Interferir na chefia, trazendo confusão entre oficiais e soldados;
• Permitir interferência externa.

CAPÍTULO IV - DA ARTE DE MANOBRAR AS TROPAS

Disposições (Junxíng)

A invencibilidade repousa na defesa, a vulnerabilidade revela-se no ataque.

• Garantir que não sejamos derrotados depende de nós;
• Derrotar o inimigo depende dele;
• Aprender a defender-se do inimigo;
• Garantir a segurança do território;
• Evitar cometer erros;
• Atacar apenas quando o inimigo baixar a guarda ou cometer um erro.

O verdadeiro mérito:
• Planejar secretamente;
• Deslocar-se rapidamente;
• Frustrar as intenções do inimigo;
• Chegar à vitória sem derramar sangue.

Importante:
• Criar condições para derrotar com facilidade;
• Prever eventualidades.

CAPÍTULO V - DO CONFRONTO DIRETO E INDIRETO

Energia (Bingshì)

Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização

• O avanço da tropa deve ser como atirar pedras em ovos;
• Conhecimento da luz e das trevas, do aparente e do secreto;
• Operações diretas e indiretas;
• A dissimulação da força (técnica das fogueiras: 100 mil/ 50 mil/ 20 mil);
• Não escancarar o poderio;
• Vantagem da estratégia: pedra redonda rolando uma montanha de 300 metros: pouca energia e muito resultado.

CAPÍTULO VI - DO CHEIO E DO VAZIO

Fraquezas e forças (Xushí)

Um grande general não é arrastado ao combate, ao contrário, sabe impô-lo ao inimigo

• Quem toma o posto e espera o momento, estará descansado;
• Quem toma posto e logo ataca, estará exausto;
• Marche com velocidade para onde não é esperado;
• Um exército pode caminhar longa distância sem correr riscos se o território não tiver a presença do inimigo;
• Se o inimigo estiver abastecido, faça-o ficar faminto;
• Seja especialista em esconderijo, não deixe o inimigo descobrir seu paradeiro;
• Aprenda a arte da sutileza e do sigilo, aprender a ser invisível e inaudível;
• Não se torne carta marcada;
• Torne o ataque indefensável;
• Mantenha o exército unido quando o inimigo estiver fragmentado;
• Ataque apenas em terreno desconhecido pelo inimigo;
• Evite os pontos fortes do inimigo;
• Ataque apenas na fraqueza.

CAPÍTULO VII - DA ARTE DO CONFRONTO

Manobras (Junzheng)

• Deixe a estrada do inimigo longa e tortuosa;
• Não desperdice energia sem necessidade;
• Não coloque ao exército em um terreno que desconheça;
• Ao invadir, seja como o fogo, ao esperar, seja como a montanha;
• Treine a tropa para agir sem sua presença (tambores e bandeiras);
• O que transforma o tortuoso em direito, vence. Essa é a arte de manobrar;
• A tropa seja um único corpo para que os corajosos não avancem sozinhos e os covardes não recuem;
• Administre os humores. Não ataque o inimigo com a moral alta. Espere o inimigo desanimar e cansar;
• Não obstrua o inimigo que volta para casa;
• Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele. Caso contrário, ele lutará até a morte;
• Não pressione um inimigo acuado e não se enfureça contra o derrotado. Essa é a arte da guerra.

CAPÍTULO VIII - DA ARTE DAS MUDANÇAS

As variáveis (Jiubiàn) Eventualidades

• Adapte-se às circunstâncias;
• Quem decide de forma mecânica não é digno de comandar, não coloca em prática seus conhecimentos e não tira o máximo da tropa;
• Um general que perde facilmente o controle e se deixa levar pela cólera, será ludibriado pelo inimigo através de provocações e cairá em emboscadas sem perceber.

CAPÍTULO IX - DA IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA

Movimentações (Xíngjun)

Quando há soldados sussurrando em pequenos grupos e seu comandante fala com voz mansa e vacilante, revela inimizades entre superiores e subordinados.
("Respondeu-lhes Jesus: “Não murmureis entre vós." Jo 6,43)

CAPÍTULO X - DA TOPOGRAFIA

Terreno (Dìxíng)

TIPOS DE TERRENO
• Acessível: Bom para ambos. Leva vantagem que tomar o ponto mais alto primeiro;
• Complicado: Permite o avanço e dificulta a retirada;
• Indeciso: Desvantagens para ambos.deixar o inimigo avançar e nós recuamos. Quando parte do exército se retirar, então é feito o ataque;
• Estreito: Tem vantagem quem primeiro ocupar e guarnecer. Não se ataca, a menos que esteja mal guarnecido;
• acidentado: Ou se ocupa primeiro a parte mais alta ou se bate em retirada;
• distante: Não é vantagem avançar até o local do inimigo.

Soldados muito mais fortes que os seus oficiais: insubordinação.
Oficiais fortes e as tropas fracas: colapso.

Se os oficiais forem volúveis, ficam irados com facilidade, e manobram de forma desautorizada, sem conhecer a força das fileiras, leva o exército à ruína.

CAPÍTULO XI - DOS NOVE TIPOS DE TERRENOS

"A velocidade é a essência da guerra"

CAPÍTULO XII - DA PIROTECNIA

Ataques com o emprego de fogo (Huogong)

Em batalhas, quaisquer que sejam os resultados, o gosto será sempre amargo, mesmo para os vencedores. Portanto, a guerra deve ser a última solução e só deve ser travada quando não houver outra saída.

• Jamais se decide pela guerra dominado por ódio ou vingança;
• Deve aguardar dias mais serenos para ponderar;
• Não lute a menos que a posição seja crítica, pois não se recupera um estado devastado pela guerra e seus mortos não poderão ser trazidos de volta;
• Considera a batalha com prudência e move-se com cautela.

CAPÍTULO XIII - DA ARTE DE SEMEAR A DISCÓRDIA

Utilização de agentes secretos (Yòngjiàn)

Uma guerra pode durar anos, a vitória é decidida em um único dia

O que possibilita ao soberano inteligente e seu comandante conquistar o inimigo e realizar façanhas fora do comum é a previsão, conhecimento que só pode ser adquirido através de homens que estejam a par de toda a movimentação do inimigo.

OS QUE DEVEM SE CORRIGIR
• Os que se contentam em conhecer apenas a superfície de si mesmos;
• Os que não se preocupam em conhecer com profundidade a natureza das coisas;
• Os que atacam sem saber a força de resposta do inimigo;
• Aqueles que criticam algo sem conhecer profundamente.