HORA SANTA

I

Esta é a hora três vezes santa pela venturosa presença de Jesus Cristo, junto às nossas almas miseráveis… A ferida de seu peito, sempre aberta, lembra-lhe a terra e suavemente o obriga a atender, ao mesmo tempo que aos cânticos do céu, às súplicas e aos gemidos que sobem do desterro. Estejamos atentos à sua voz!

Jesus:
Eis aqui o coração que tanto amou os homens! Contemplai-o, filhos meus, saturado de opróbrios nesta Hóstia, onde só por vós palpita, entre chamas de caridade… E que não podendo conter por mais tempo os ardores que o consomem, quis entregar-se ao mundo, que o tem atravessado pela lança da ingratidão e do desprezo! 

Este é o supremo e último recurso da minha redenção. Aqui tendes o meu coração, eu vo-lo dou, eu vo-lo entrego sem reservas, em troca do vosso, embora manchado de crimes e ingratidões… Sim! Eu tenho sede de ser amado neste Sacramento do Altar onde tenho sido até agora o Rei do silêncio, o Monarca do esquecimento… Mas chegou a hora dos meus triunfos. Eu venho reconquistar a terra; salvá-la-ei a despeito do inferno, pela onipotência do meu Coração. Aceitai-o. Eu vo-lo rogo, estendei as mãos para receber este dom supremo da minha misericórdia.

Eu venho trazer-vos fogo de vida, de amor sem limites, fogo de santidade, fogo de sacrifício… E que hei de querer, senão que arda? 

Contemplai o meu peito dilacerado… Aí tendes o coração que vos amou nos abatimentos de Belém, mais ainda nas humilhações e na obscuridade de Nazaré e, muito mais, nas angústias de Getsêmani e nas torturas ignominiosas do Calvário… E vós não sabeis amar-me. A minha alma está triste até a morte, pois a vinha dos meus amores só produziu os espinhos que circundam o meu coração. Tirai-mos, durante esta “Hora Feliz”, em que o vosso Deus prisioneiro dá amor e pede amor… Vinde, filhos meus, tomai este coração, aceitai-o como penhor de ressurreição. Em troca trazei-me os vossos corações, as vossas almas, as vossas vitórias, todas as vossas penas e alegrias! 
Vinde, eu perdoo todas as vossas ofensas, ingratidões e desprezos, mas dizei-me que me quereis para o vosso Rei e que aceitais o dom incomparável do meu Sagrado Coração.

Reflexão: Não merecemos este dom: humilhemo-nos reconhecendo a nossa indignidade, mas, longe de o repelir, reclamemos o favor imenso que o nosso Deus nos oferece para a nossa santificação.


Perdoai, Senhor, por piedade! 
Perdoai a minha maldade, Senhor!
Antes sofrer, antes morrer 
Que vos ofender!

II

Ó Jesus! Vendo-vos tão bondoso e pródigo de vossas graças, não diremos como o apóstolo: “Senhor! Afastai-vos de nós, porque somos miseráveis pecadores…”, pelo contrário, corremos ao encontro de vossos desejos, ansiosos por estreitar contra nosso peito o Coração divino que tanto nos amou. Vinde, Jesus! Vinde repousar à sombra do nosso amor…

℣. Quando os soberbos governadores das nações ultrajarem o vosso nome e as vossas leis.
℟. Lembrai-vos de que vos pertencemos e que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!
℣. Quando as turbas agrupadas pelo averno e os sectários, seus sequazes, assaltarem os vossos santuários, sedentos de sangue.
℟. Lembrai-vos de que vos pertencemos e que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!
℣. Quando gemer a vossa Igreja sob os grilhões e as cadeias com que os poderosos e os pretensos sábios querem entravar os seus progressos e inutilizar os seus esforços.
℟. Lembrai-vos de que vos pertencemos e que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!
℣. Quando tantos bons e virtuosos medirem com avareza os sacrifícios e as boas obras, mostrando-se mesquinhos para convosco, quando tão pródigos para o mundo.
℟. Lembrai-vos de que vos pertencemos e que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!
℣. Quando vos oprimir a deslealdade das almas escolhidas que deveriam esquecer as coisas da terra para serem inteiramente vossas, então, mais do que nunca, nessa hora de suprema desolação.
℟. Lembrai-vos de que vos pertencemos e que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!

Jesus:
Todo o meu desejo, amados filhos, é dar a minha vida! Dei-a, derramando o meu sangue até a última gota… Dei-a, oferecendo o meu Coração com todos os seus tesouros… Dou-a, todos os dias, na minha Eucaristia, em que me entrego todo inteiro, para vos fazer participantes da minha própria vida… Assim o quero porque precisais de mim nas vossas debilidades de consciência, na fraqueza dos vossos propósitos, na inconstância do vosso amor… Vinde! Eu sou a luz e a fortaleza!

Reflexão: Se sentimos remorsos de alguma culpa grave, infidelidade ou falta de generosidade no cumprimento de nossos deveres cristãos, se temos magoado o nosso adorável Salvador, recusando-lhe algum sacrifício que de nós exige, peçamos perdão a Jesus, fazendo um propósito sincero e enérgico para o futuro.



Meu Deus, logo murchou,
logo secou a flor da inocência,
Meu Deus, logo chegou
e me assaltou extrema indigência.

Perdoai, Senhor, por piedade! 
Perdoai a minha maldade, Senhor!
Antes sofrer, antes morrer 
Que vos ofender!

III

Divino Mestre e Salvador nosso, cheio de confusão nos prostramos em vossa presença e, detendo a vista sobre o Tabernáculo solitário, onde estais prisioneiro por nosso amor, sentimos oprimido o Coração pelo abandono e desprezo em que vos deixam os próprios cristãos, as almas vossas prediletas, e mesmo as que se consagram ao vosso serviço!
Já que com tanta condescendência permitis que durante esta “Hora” os que aqui se acham misturem suas lágrimas com as vossas… Nós vos louvamos, Jesus, por aqueles que vos maldizem, rezamos por aqueles que vos esquecem, choramos por aqueles que vos ofendem e vos adoramos por aqueles que vos abandonaram… Aceitai, ó Senhor, o clamor da expiação que um sincero pesar arranca de nossas
almas angustiadas.

℣. Pelos nossos pecados, pelos pecados de nossos parentes, amigos e inimigos.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelas infidelidades e sacrilégios.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelas blasfêmias e profanação dos dias santos.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelas libertinagens e escândalos públicos.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pela falta de modéstia no trajar.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelos corruptores da infância e da juventude.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pela sistemática desobediência à Santa Igreja.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelos crimes do lar cristão, pelas faltas dos pais e dos filhos.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelos perturbadores da ordem pública, social e cristã.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pela covardia dos que devem defender a nossa religião.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelo abuso dos santos sacramentos.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelos sacerdotes que vos desprezam, pelos que rejeitaram as fileiras sacerdotais e pelos que não se esforçam em conhecer sua verdadeira vocação.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. Pelos ataques da imprensa ímpia e maquinação das seitas secretas.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!
℣. E, sobretudo, pelos bons que vacilam, que resistem às inspirações da vossa divina e sapientíssima graça.
℟. Perdão! Perdão, ó Divino Coração!

Jesus
Almas queridas… Olhai para a minha fronte marcada com a sentença de morte depois da ignomínia de ser tratado como louco! Considerai estes mistérios de dor e caridade que se perpetuam no Santíssimo Sacramento do Altar. O meu amor é infinito e o vosso tem sido tão mesquinho! Vede as minhas mãos atadas por aqueles que pedem uma vergonhosa liberdade… Outros, nas horas de licença e de pecado, forjam minhas cadeias, os pregos que me prenderam na Cruz… Olhai para esse manto branco de insensato e pensai nessa multidão que me abandona pelo respeito humano “porque o mundo condena como louco aqueles que me seguem de perto…”. Oh! Os sábios se envergonham de mim, os grandes me desprezam, os que são felizes me esquecem, para os que governam sou um réu, os que querem gozar a vida fazem de mim um verdugo. Porém, para todos, desde que chorem seus pecados, sou o Pai, o amigo, o redentor!

Reflexão: Em reparação das ofensas que recebe Jesus na Sagrada Eucaristia, ofereçamos em particular as preces desta hora para a glória do Santíssimo Sacramento do Altar, para o triunfo da santa mãe, a Igreja, e extinção das forças e ideologias que espalham em toda a parte a impiedosa corrupção e a desordem.


Perdi com vosso amor
d'alma o candor perdi mór riqueza
Perdi com vosso amor
Certo penhor da Eterna Grandeza!

Perdoai, Senhor, por piedade! 
Perdoai a minha maldade, Senhor!
Antes sofrer, antes morrer 
Que vos ofender!

IV

Ó amantíssimo Jesus, um título que nos alenta em nossos desfalecimentos, é este de “Vítima” que quisestes ser pelos pecadores. Sois a Salvação dos que esperam em vós! Sois a “Esperança” dos que em vós descansam!
Nessa “Hora Sacrossanta” permaneceis desconhecido e olvidado há tantos séculos, renovando a todas as horas do dia e da noite o Sacrifício do Calvário... e a voz do vosso Sangue precioso clama em favor de nossas almas miseráveis... Entretanto, sois quase um estranho no meio de vossos filhos... e os desprezos e ultrajes dos ímpios não vos ferem tanto como a desatenção, frieza e indiferença dos bons!
Nós nos sentimos felizes, Senhor, de poder velar uma hora convosco, neste Getsêmani da terra e partilhar as amarguras do cálice que vos oferece a ingratidão dos homens...
Não olheis, Senhor, a nossa indignidade, mas considerai somente a boa vontade que nos trouxe a vossos pés. Concedei-nos a graça de muito vos amar e de fazer-vos muito amado.
Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!

℣. Por meio deste Pão consagrado, Consolo para os aflitos,
℟. Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!
℣. Por meio deste Pão Consagrado, Preservativo da inocência e da virtude,
℟. Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!
℣. Por meio deste Pão Consagrado, Conforto e Auxílio para todos os miseráveis e desamparados,
℟. Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!
℣. Por meio deste Pão Consagrado, Laço da União entre pais e filhos,
℟. Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!
℣. Por meio deste Pão Consagrado, Fogo Abrasador de amor e zelo para aqueles que consagram sua vida no sacerdócio,
℟. Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!
℣. Por meio deste Pão Consagrado, Pentecostes de caridade para o vosso Vigário na terra, para o Episcopado, para o Clero e para a vossa Igreja,
℟. Reinai em todos os corações, ó Jesus Sacramentado!

Oh! Sim, Mestre Adorado! Fazei baixar o fogo do céu que purifique, perdoe e salve a milhares de infelizes que vivem sem o vosso amor, preferindo loucamente os bens terrestres e os gozos materiais! Oh! Jesus! O mundo vos despreza e procura rechaçar-vos. E que faria o mundo sem Vós? Deixai-vos ficar, Prisioneiro Divino, fechado nestes Sacrários, onde prometestes permanecer até a consumação dos séculos! São muitos o que maldizem o vosso Nome, negam o vosso Santo Evangelho mas são também muitos os que vos amam, os que vos querem sempre a seu lado, nas alegrias e nas horas tristes. Esses mesmos que vos expulsam de seus corações, de seus lares, de suas pátrias, dia virá em que hão de reconhecer que só Vós dissestes a Verdade, só Vós ensinastes a Justiça, só Vós prodigalizastes a verdadeira Caridade! E por isso, em nome desses ingratos, nós vos pedimos perdão: misericórdia para eles, ó Sagrado Coração

℣. São tantos os que despendem dinheiro e juventude nas dissipações mundanas ou prazeres que vos ofendem!
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!
℣. São tantos os que lucram tolerando os pecados públicos, que traficam na profanação das consciências e dos sentidos!
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!
℣. São tantos os pervertedores das almas, que pela mídia enriquecem, pervertendo seus irmãos!
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!
℣. São tantos os que exercem a deplorável profissão de excitar vícios e paixões por meio de espetáculos, onde tudo é permitido!
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!
℣. São tantos os fracos que, desatendendo os reclames da própria consciência, cooperam para o escândalo social das modas, novelas e filmes.
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!
℣. São tantos os que, relaxando o seu critério de cristãos, não querem ver mal nenhum no atropelo em que são frustrados os vossos mandamentos!
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!
℣. São tantos aqueles que, pelos seus encargos de posição, deveriam evitar gravíssimas ofensas e não o fazem por motivo de respeito humano ou por uma condescendência culposa!
℟. Misericórdia para eles, ó Sagrado Coração!

Reflexão: Peçamos perdão a Deus pelos pecados públicos e sociais, com que os homens o ofendem no mundo inteiro, e tomemos a resolução de apoiar todas as iniciativas para a regeneração da família e da sociedade.


Deixei de Deus a Lei
E me entreguei a toda a maldade
Deixei de Deus a Lei
E me afastei da felicidade

Perdoai, Senhor, por piedade! 
Perdoai a minha maldade, Senhor!
Antes sofrer, antes morrer 
Que vos ofender!

V

Dulcíssimo Jesus, tende piedade dos que padecem a mortal angústia do isolamento e do abandono! Quantas vezes, Mestre adorado, depois de pregardes as maravilhas do vosso amor, depois de fazerdes prodígios em favor da multidão assombrada, vistes que os homens se afastavam receosos, ou partiam indiferentes, deixando-vos, como neste Sacrário, sozinho, abandonado, sem outras testemunhas de vossas dores e de vosso amor senão os anjos do Céu. O vosso Coração experimentava então as mesmas penas e amarguras que esses deserdados do amor, órfãos de afeição tão delicada, errantes no deserto do mundo, sem uma estrela nas trevas da noite, sem um lume que lhes aqueça o lar... E no fundo dessas almas surgem os mesmos transes da agonia que sofrestes na horrível noite da Quinta-feira Santa... Temores, repugnâncias, desfalecimentos assaltam-nas cada vez com mais furor. E por fim, se não acudis, Vós, o Amigo das almas que sofrem, elas, desesperadas, chamarão talvez a morte, como libertadora, ainda que as leve para a eterna desgraça! Apressai-vos, Senhor! Socorrei essas almas e dai-nos a todos refúgio e companhia em vosso amável Coração! Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!

℣. Se algum dia nos mandardes triste provação, permitindo que os nossos nos abandonem!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se as moléstias e a morte nos trouxerem o isolamento, quebrando laços que pareciam imperecíveis!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se algum dia nos visitar a pobreza, afugentando os 'amigos' que não se sentem bem com ela!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se tivermos a desgraça de uma desinteligência com os próprios irmãos!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se formos flagelados pela injustiça dos homens, não vos aparteis de nosso lado!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se até aqueles a quem muito amamos nos deixarem, ó Jesus, nessa hora de cruel ingratidão!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se aqueles que nos pediram afetos, dedicação e sacrifícios, hoje riem-se de nós e nos odeiam, perdoai-lhes, e desculpai as nossas queixas!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. Se a calúnia e as humilhações salpicarem de lama a nossa fronte, compadecei-vos de nossas almas dilaceradas!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!
℣. E, se para nós chegarem aquelas horas de mortal silêncio, em que a alma se ache só, inteiramente só, submergida no vácuo do esquecimento e da cruel indiferença!
℟. Dai-nos refúgio e companhia em vosso amável coração!

Reflexão: Consideremos a solidão da agonia de Jesus no Horto, prolongada em todo os Sacrários da terra, e tomemos a resolução de visitá-lo muitas vezes em reparação da ingratidão dos homens.


Meu Deus! o que há de ser
Quando vier a tremenda morte
Meu Deus se já vier
Qual há-de ser minha eterna sorte

Perdoai, Senhor, por piedade! 
Perdoai a minha maldade, Senhor!
Antes sofrer, antes morrer 
Que vos ofender!

VI

Ó Jesus ! Vós sabeis quanto vos amamos! Queremos amar-vos muito mais atendendo às solicitações do vosso Coração adorável que pede o nosso amor para fazer-nos venturosos. Sendo, porém, tão grande a nossa pobreza, deixai-nos oferecer-vos os nossos corações pelas mãos de Maria, vossa Mãe Santíssima, que suprirá a nossa miséria com os seus merecimentos. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!

℣. Pelos carinhos de predileção com que tratastes a João, o Apóstolo de vossas inefáveis confidências,
℟. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!
℣. Pela simpatia que tivestes sempre pelos pequeninos do rebanho, pelas crianças, vossos inocentes amiguinhos,
℟. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!
℣. Por aquela amizade preciosa que tivestes pelos três irmãos de Betânia, onde só a vossa ausência era um sofrimento cruel,
℟. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!
℣. Pelas finezas dispensadas aos esposos de Caná, e pelas vossas misericórdias para com a arrependida Madalena,
℟. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!
℣. Pela condescendência que tivestes para com Zaqueu, para com Simão, o Fariseu e, enfim, para com a Samaritana, em cuja alma feliz quisestes despertar a sede do apostolado
℟. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!
℣. Pelas lágrimas que derramastes junto ao sepulcro de Lázaro,
℟. Triunfai em todos os corações, ó Divino Coração!

Reflexão: Nem no céu poderemos jamais agradecer ao nosso amado Redentor tantas riquezas e tantos favores que não merecemos. Tratemos de começar desde já a nossa eterna ação de graças por todos os benefícios passados, presentes e futuros.


Irei para o inferno,
Suplício eterno, se não me arrependo
Irei para o inferno, Pr’a o fogo eterno,
Se já não me emendo

Perdoai, Senhor, por piedade! 
Perdoai a minha maldade, Senhor!
Antes sofrer, antes morrer 
Que vos ofender!

VII

Ó Jesus, que poderemos dar-vos em troca de tanto amor e tanta misericórdia? Quem nos dera um coração cheio de amor como o de vossos apóstolos João e Pedro, ardendo em chamas de zelo como o de São Paulo, capaz de heroísmo como o de Margarida Maria? Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus, para que possamos com ele agradecer devidamente as misericórdias do vosso amor, Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!

℣. Vós, que sois a perseverança da Fé e da Pureza para as crianças que comungam,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois o consolo dos pais no lar cristão,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois o alívio da multidão que sofre e dos pobres que trabalham,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois o bálsamo para todas as feridas,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois a fortaleza dos fracos e a vitória dos que se acham em tentação.
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois a luz dos que vacilam e o zelo dos apóstolos,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois o centro da vida militante da vossa Igreja,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!
℣. Vós, que sois a Santidade e o Paraíso das almas na Eucaristia,
℟. Dai-nos o vosso Coração, ó dulcíssimo Jesus!

Senhor, quanto nos sentimos felizes por termos podido velar uma hora convosco! Aqui viemos conduzidos por vossa divina Mãe e por ela inspirados, a fim de pedirmos pelos bons e pelos maus, por todos os pecadores, por todos os cristãos, pelos apóstolos do vosso Sagrado Coração, por todas as almas que vos estão consagradas e que vos fizeram promessa de vida santa e mortificada. E, como Vós mesmo o pedistes, Senhor, nós queremos especialmente rogar pelos sacerdotes, os ministros do vosso Altar, por esses continuadores da vossa missão... Dai-lhes o tesouro de uma caridade sem limites, dai-lhes a graça de uma humildade a toda prova. Dai-lhes, Senhor, a fortaleza da alma, nas lutas com o mundo...

Dai-lhes uma resolução apaixonada para a santidade, um zelo ardente pela vossa glória, um coração abrasado no vosso amor... E, visto que “a messe é grande e poucos são os operários”, aumentai o número dos trabalhadores, enviando novos Apóstolos segundo o vosso Coração.

VIII

℣. Oremos pelo nosso pontífice N.
℟. Que o Senhor o conserve, / o vivifique, / faça-o feliz sobre a Terra / e não o entregue à fúria de seus inimigos
℣. Oremos pelo nosso bispo N.
℟. Que presida e apascente na vossa fortaleza, Senhor, / e na sublimidade do vosso nome.
℣. Consideremos, também, aqueles que nos governam.
℟. Para que do trabalho terreno/ cheguem com todo o vosso povo / à celeste pátria
℣. Deixai, ó Jesus, que em vosso Coração Eucarístico depositemos nossas mais ardentes preces pelo nosso clero e sede propício aos nossos pedidos.
℟. Multiplicai as vocações sacerdotais na nossa pátria, / atraí ao vosso altar os filhos do nosso Brasil, / chamai-os com instância ao vosso ministério
℣. Abençoai, Ó Jesus, todos os religiosos.
℟. Dai-lhes, Senhor, a graça / de vencer todos os afetos terrenos/ e de perseverar na sua vocação até a morte
℣. Jesus, Bom Pastor, nós vos pedimos pelo nosso diretor N. e pela diretoria da Congregação, para que ele continue nos orientando sempre com firmeza e amor na nossa santificação e em nosso apostolado, e pela diretoria.
℟. Abençoai-os, Senhor, / por todos os seus trabalhos / e dai-lhes um dia a glória do Céu, / junto a vós, Senhor, / e de vossa Mãe Santíssima.
℣. Senhor, uni na mais forte caridade todos os vossos coroinhas e acólitos, servidores do altar. Dai-nos força e graça para atingirmos a santidade e realizarmos vosso desejo em nossas vidas.
℟. Concedei-nos copiosamente vossa luz e vossa graça, / a fim de que nos tornemos cada dia / mais dignos e aptos em nossa santa missão / de promover entre os homens o Reinado / de vosso Divino Coração.
℣. Sê, Senhor, para os agonizantes e atormentados um refúgio protetor.
℟. Pois vós sois a única Fortaleza / e pelo Vosso Nome / guiais os justos às mansões celestes.
℣. Finalmente, meu Deus, nós trazemos à vossa presença adorável a lembrança de todos aqueles que nos precederam no sinal da fé e agora jazem no sono da paz.
℟. A todos eles, Senhor, / concedei o lugar de refrigério e de paz, / nos esplendores da luz perpétua. / Amém.

Pai Nosso… Ave Maria… Glória ao Pai…