MEDITAÇÃO

A. – MÉTODO PARA A MEDITAÇÃO

Preparação remota

Evitar
1) a soberba;
2) a sensualidade;
3) a dissipação.

Exercitar as virtudes opostas
1) a humildade;
2) a mortificação;
3) o recolhimento.

Preparação próxima

Antes de deitar, preparar os pontos da meditação.
Antes de adormecer, lembrar-se da hora de levantar e recordar, brevemente, a meditação que se há de fazer.
 Ao despertar, pensar logo na meditação.
 Antes da meditação, entreter-se em considerações acomodadas à matéria que se há de meditar.
 Entrar na oração com espírito sossegado.

Princípio da meditação 

 De pé, lembrar-se, por alguns instantes, da presença de Deus.
 Ajoelhado, adorá-lO profundamente.
 Fazer a oração preparatória com o ato de contrição, oferecimento das faculdades e petição de luz e graça.
 Prelúdios
Trazer à memória a matéria da meditação;
fazer a composição do lugar;
pedir graça:
– a) para entender; 
– b) para querer.

Meio ou corpo da meditação

1º Exercício da memória 
Recordar o ponto que vai ser meditado.

2º Exercício do entendimento
Pensar e refletir consigo:
1) que há a considerar na matéria apresentada pela memória?
2) que conclusão prática tirar?
3) que motivos o podem levar a realizar esta conclusão prática? – isto é, ponderar quanto é :
– a) justa e racional, 
– b) útil, 
– c) agradável, 
– d) fácil, 
– e) necessária : 
4) como observou isso até aqui?
5) que há de fazer para o futuro?
6) que impedimento há de remover?
7) que meio há de empregar?

3º Exercício da vontade 
1) Excitar afetos durante toda a meditação, mais com o coração do que com os lábios.
2) Fazer propósitos no fim de cada conclusão, os quais sejam:
– a) práticos, 
– b) particulares, 
– c) acomodados ao estado presente, 
– d) fundados em motivos sólidos, 
– e) humildes, 
– f) acompanhados de petição de graça para os observar.

Fim da meditação 

 Recapitular todo o exercício, confirmando-se nos propósitos feitos.
 Tomar, como resumo da meditação e dos propósitos, alguma sentença da Sagrada Escritura, ou outra máxima para lembrar durante o dia.
3º Fazer um ou mais colóquios, dirigidos a Deus, a Jesus Cristo, à Santíssima Virgem ou a algum santo.

Reflexão

Examinar como se fez a meditação. – (Veja, B).
Fazer um resumo:
1) de toda a meditação;
2) das conclusões práticas;
3) dos motivos;
4) dos afetos;
5) dos propósitos particulares;
6) das luzes especiais que recebeu.

B. – EXAME DA MEDITAÇÃO

– Como preparei os pontos?
Antes de dormir pensei neles e ao despertar ocupei neles o pensamento?
Levei bem considerado o fruto que havia de tirar?

– Como fiz a oração preparatória e os prelúdios?

– Como exercitei a memória?
O entendimento?
Tirei a conclusão prática? Qual?
Em que motivos se apoia?
Como exercitei a vontade?
Fiz propósitos? Quais?
Que meios escolhi para os cumprir?

–Empreguei mais tempo no discorrer do que nos afetos?
Passei dum ponto a outro, achando bastante matéria no antecedente?

– Fiz o colóquio?
Falei sempre a Deus com reverência e veneração?

– Senti-me frouxo? Por que?
Tive sono por minha culpa?
Tive distrações? Por quê? Afastei-as?
No tempo da frouxidão e secura procurei ajudar-me com atos de humildade, orações e jaculatórias?

– Procurei estar tranquilo?
Recolhido interior e exteriormente?
Se tirei pouco fruto, por quê foi?