TRÊS MODOS DE ORAR - TERCEIRO MODO

INTRODUÇÃO
Esta é a continuação da explicação dos Modos de Orar contidos nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, que nos propõem três modos de oração, que muito oportunamente deveriam ser aprendidos pelos congregados e postos em prática no cotidiano. Sugerimos sua explicação durante o momento da instrução das reuniões seguida de prática laboratorial e posterior aplicação cotidiana de forma individual ou em conjunto em algum momento oportuno nas reuniões. A prática laboratorial deste modo de orar pode aglutinar mais de uma oração, como o Pai Nosso e a Ave Maria em um mesmo momento de oração. Por uma questão didática, reordenamos os modos de orar, a começar do que consideramos mais simples para o mais complexo. Para ver o Segundo Modo de Orar, aquele que consideramos o ponto de partida para os Modos de Orar, clique [aqui]. Abaixo o esquema das orações, aos cuidados do instrutor geral da Congregação Mariana para aplicação.

TERCEIRO MODO DE ORAR: POR COMPASSO DA RESPIRAÇÃO 


PREÂMBULO
• Antes de entrar na oração, repouse o espírito sentando-se ou caminhando, considerando o que irá fazer.
• Encontre um lugar em que sinta-se cômodo para permanecer durante um período mais ou menos longo, sem excessiva claridade nem muito escuro e acomode-se, sentando-se ou colocando-se de joelhos, como melhor favorecer o aproveitamento individual.
• Mortifique os sentidos. Evite locais que possam causar distrações sonoras ou visuais. Para melhor se concentrar, direcione o olhar para um ponto fixo ou feche os olhos.

OBJETO DA ORAÇÃO 
Para este modo de orar será utilizada a Oração do Pai Nosso. Posteriormente o mesmo será feito com a Ave Maria ou outra oração.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA 
Deve ser feita de acordo com a pessoa a quem a Oração se dirige. Se for o Pai Nosso, deve-se pedir ao Pai a graça de receber as moções espirituais conforme a Sua Vontade a fim de que bem se aproveite cada instante da Oração. Sendo a Ave Maria, pede-se a intercessão da Virgem Maria para que bem aproveite as palavras da oração, e assim por diante. Esta oração é espontânea e, conhecendo o teor do Pai Nosso e das demais orações usadas neste modo de orar, o exercitante saberá o que pedir na Oração preparatória. Se preocupe mais em dirigir palavras vindas da alma do que em procurar encontrar as melhores palavras e construções verbais rebuscadas. Esta oração é íntima e por isso convém que o exercitante se desvele de pompas diante de Deus e se abra de modo que peça sinceramente encontrar aquilo que busca.

MÉTODO DA ORAÇÃO 
Será feita a Oração ao compasso das respirações.

No Pai nosso, então, o exercitante, no momento de respirar (puxar o ar para dentro) rezará: "PAI" e pensará nesta palavra pelo tempo da respiração até o final da expiração (soltar o ar). Em seguida fará a mesma coisa com a segunda palavra da oração, e assim por diante.

O que exatamente o exercitante deve pensar a respeito de cada palavra? Santo Inácio nos dá algumas possibilidades:
- o significado da palavra
- a relação entre a palavra e a pessoa a quem se reza
- a própria baixeza
- a baixeza em relação à alteza pertencente a quem se reza

Nota: O exercitante não deve se prender em palavras vazias de sentido quando destacadas de outras. Exemplo disso é a terceira palavra: "QUE". Quando for este o caso, deve emendar na palavra seguinte até que forme uma expressão minimamente significativa. "QUE ESTAIS", por exemplo.

TEMPO DE ORAÇÃO 
Importa que o exercitante tenha uma respiração tranquila. O método não é um concurso de apneia para ver quem prende a respiração por mais tempo e nem uma maneira de ficar hiperventilado. Respeite sua biologia, inicie a meditação junto com a respiração e ponha termo no pensamento da palavra assim que terminar a expiração.

Por ser um modo mais rápido que o segundo, pode ser feita mais de uma oração em um mesmo dia, direcionando o pensamento de uma ou mais maneiras. Tendo rezado o Pai Nosso, em outro momento no dia reza a Ave Maria desta forma e, assim, sucessivamente.

CONCLUSÃO 
Finda a oração, o exercitante a ela acrescentará da forma convencional uma Ave Maria, um Alma de Cristo e uma Salve Rainha. Quando meditar a Ave Maria, ao final adicionará um Pai Nosso, um Alma de Cristo e uma Salve Rainha, etc.

ORAÇÃO FINAL
Recordando-se de tudo o que meditou, dirija-se à pessoa a quem orou e peça as graças e virtudes que julgue ser necessárias em um pequeno colóquio espontâneo.

RETOMADA
Para retomar a oração no mesmo dia ou em outro, faça todo o preâmbulo. Por ser uma oração mais rápida, não convém que seja cortada para que se continue depois.

CONTINUIDADE
Convém que este tipo de oração seja cotidiana. Terminado o Pai Nosso, faça na vez seguinte a Ave Maria, depois a Salve Rainha e assim por diante.

RESUMO
- Preâmbulo:
Repouse o espírito 
Encontre um local cômodo 
Mortifique os sentidos
- Oração preparatória
Dirija-se à pessoa da Oração pedindo as graças para bem aproveitar a Oração 
- Diga uma palavra a cada movimento respiratório e, enquanto as diz, medite uma das possibilidades:
• o significado da palavra
• a relação entre a palavra e a pessoa a quem se reza
• a própria baixeza
• a própria baixeza em relação à alteza pertencente a quem se reza
- Ao final da oração, adicione:
Ave Maria 
Alma de Cristo
Salve Rainha
- Oração final
Feita a quem se dirige a Oração 
Pedindo graças e virtudes que julga necessárias conforme o que meditou.

O QUE É PRECISO PARA ESTA PRÁTICA:
• O RESUMO acima, que ajudará o exercitante no decorrer da oração até que ele decore cada um dos passos.
• LOCAL silencioso e sem distrações dos sentidos
• UM CRONÔMETRO se estiver exercitando sozinho, um sino ou outro dispositivo sonoro se estiver exercitando em conjunto sendo conduzido por um instrutor.

BRUNO ARENA - INSTRUTOR DA COORDENAÇÃO REGIONAL DAS CONGREGAÇÕES MARIANAS DO ESTADO DE SÃO PAULO