O DIPLOMA DO CONGREGADO MARIANO

O diploma oficial das CC. MM. possui a seguinte explicação: A característica do diploma das CC. MM. agregadas à Prima Primária é histórico-apologética. Nele se pretende dar alegoricamente uma ideia da grandeza dessa instituição, do brilho e esplendor, do espírito de piedade, atividade e zelo, que caracterizam sua história de mais de quatro séculos (dois anjinhos procuram sustentar um painel sob as palavras “Marialium Sodalitatum diploma”). Por este motivo foram agrupados ao redor do Trono de Maria Santíssima, além de quatro personagens que por títulos especiais merecem eterna gratidão das CC. MM. (S. Inácio de Loyola, S. Luís Gonzaga, S. Pedro Canísio e Gregório XIII) outros entre os inúmeros congregados ilustres que realçam as CC. MM., conforme atestam suas biografias.

Mas voltando à explicação do diploma: no centro destaca-se o Trono de Nossa Senhora, cujo culto, devoção e amor constituem um dos fins imediatos das CC. MM. É o centro de unidade para o qual converge todo o conjunto artístico do diploma. À direita, em cima, vemos o Arcanjo S. Gabriel que recorda o instante da Anunciação de Maria Santíssima, sob cuja invocação está erigida a primeira Congregação do mundo (Prima Primária) e também título primário com que deveriam ser erigidas todas as outras CC. MM. que se. agregavam à Roma. S. Inácio, à esquerda, personifica a Companhia de Jesus, iniciadora desta instituição e sua maior propagadora por todo o mundo. Perto de S. Inácio, à direita, vemos os Padroeiros da Juventude: S. Luís Gonzaga, S. João Berchmans e S. Estanislau Kostka, também chamados “Lírios de Pureza”. Logo abaixo vemos um anjinho segurando um diploma, a fita e medalha de congregado perto de um grupo de objetos, que simbolizam a oração (turíbulo), o sacrifício (palma), as ciências (livros pergaminhos), as letras (tinteiro e pena) e as artes (lira) glorificando a Nossa Senhora.

As figuras que estão dispostas à esquerda e à direita são as seguintes: S. Leonardo de Porto Maurício, S. Francisco de Sales, S. Francisco de Regis, S. Pedro Claver, Meninos (primícias das CC. MM.) B. Rodolfo Acquaviva (proto-mártir das CC. MM.), S. Afonso Rodrigues (um dos maiores divulgadores do Pequeno Ofício da Imaculada), S. Gregorio Barbarigo, um congregado mártir de Goa, B. João Sarkander, S. Pedro Fourier, S. João Batista de Rossi, S. Luís Maria Grignon de Montfort, S. Félix de Sigmaringa, Mons. Georges (bispo de Périgueux), Príncipe Card. Carlos de Lorena, Papas Leão XIII e Bento XIV, Card. De la Rochefoucault, Papa Gregório XIII, (erigiu a Prima Primária do Colégio Romano), S. Roberto Belarmino, B. Pio IX, B. Ramon de Marimon i de Corbera-Santcliment, Cardeal de Augsburgo, Crucífero papal, Mons. Pedro de Vair (bispo de Vence), Cardeal Frederico Borromeu, Cônegos Eclesiásticos, Cardeal João de Lugo, Pe. Cláudio Acquaviva (que redigiu as Regras Comuns), Pe. João Leunis (fundador das CC. MM.), S. José Maria Pignatelli, Mons. Tiago Benigno Bossuet (bispo de Meaux), Presidente da Prima Primária com estandarte e os primeiros congregados, Fernando III (Imperador da Alemanha), Francisco Salignac de Lamotte Fenelon (bispo de Cambrai), marianos da China, Torquato Tasso, Ladislau IV (rei da Polónia e da Suécia), Justo Lípsio, João Casimiro (rei da Polónia e da Suécia), Nicolau de Eszterhasi (príncipe, vice-rei paladino da Hungria), Pedro Paulo Rubens, General de Sonis, Fernando II (imperador da Alemanha), um congregado operário, Villars (marechal de França), Marechal Turene, Filipe (Rei da Baviera), Eugênio (príncipe de Sabóia), índio congregado do Paraguai, Frederico de Mayerhofer, Príncipe de Vaudemont, congregados do século XX, Príncipe de Condé e finalmente o Pe. Luiz Inácio Fiter (restaurador das CC. MM. espanholas e americanas).

A orla do diploma tem a seguinte explicação: lemos na faixa superior as próprias palavras da Virgem (Magnificai) “Beatam me dicent omnes generationes” — Todas as gerações me chamarão Bem-aventurada. Significa que as CC. MM. contribuíram poderosamente para realizar esta profecia de Maria e que perseverarão neste sagrado ideal. Sobre esta faixa, o monograma de Maria (A. M.) dominando os dois hemisférios representa a universalidade das CC. MM.

Em cima, do lado esquerdo vemos quatro anjinhos cercando a sigla que S. Inácio adotou como emblema da Companhia de Jesus (IHS). Este letreiro se encontra nos manuscritos do santo. São as iniciais gregas do nome de Jesus: IHSOUS ou IESOUS. Mais tarde passou-se a colocar uma cruz sobre o H. Essas três letras são também interpretadas como “Iesus Hominum Salvator” - Jesus Salvador dos Homens.

Logo abaixo lemos: "Sodalium Ordines” (Batalhões dos Congregados) e seguidamente as seções apostólicas tradicionais nas CC. MM., zelo e piedade: Comunhões dominicais, Visitas aos enfermos e encarcerados, Ensino catequético, Instrução a operários, Propaganda do Reino de Cristo pela Boa imprensa, etc.

Na parte inferior estão lembradas em diversos dísticos as atividades científicas, literárias e artísticas das Academias das CC. MM., sob diferentes títulos: Teologia e Filosofia, Direito e Sociologia, Medicina, Farmácia, Ciências Naturais, Engenharia, Mecânica e Química, Literatura e Crítica Histórica, Arquitetura, Música, Belas Artes e Línguas.

No meio, em baixo, há uma placa com a seguinte inscrição: "Surrexerunt filii ejus et beatissimam praedicaverunt” — “Levantaram-se seus filhos e a aclamaram bem-aventurada”. Significa que todos os santos e pessoas ilustres que têm sido honra e glória das CC. MM. e em geral todos os congregados, têm por dever de honra enaltecer a Virgem Santíssima e, por felicidade sem par, apregoar seus louvores e grandezas e celebrar com entusiasmo seus triunfos.

Embaixo, do lado esquerdo, um anjo (certamente o Anjo da Guarda do movimento mariano), pois cada indivíduo, cada cidade, cada nação, cada entidade tem o seu Anjo da Guarda) anota, de pena e livro na mão, a História das CC. MM. E vemos ainda cercando este belo conjunto muitas flores, ramos e palmas, sinal de festa, de alegria de suma felicidade.

Nos claros do interior do diploma estão impressos do lado esquerdo a declaração da C. M., firmada pelo Diretor, Presidente e Secretário, que em tal data o Sr. Fulano de tal foi alistado, isto é, admitido nos quadros da Congregação, passando a gozar de todas as indulgências e privilégios espirituais concedidos a ela; e do lado direito está o texto do Ato de Consagração a Maria Santíssima, composto por São Francisco de Sales e que é usado na doação perpétua que o congregado faz de si à sua Rainha.

Conclui-se depois de tudo isto que o congregado deve ter especiais e carinhosos cuidados com o seu diploma. É um belo costume emoldurá-lo e colocar à cabeceira ou outro lugar de destaque da casa, pois não só cada vez que o congregado volver seus olhos para ele tem ótima oportunidade de pesar e medir suas responsabilidades, como também deve ser motivo de grande júbilo e santa ufania mostrar aos outros que é um filho de predileção da Mãe de Deus.

Antonio Maia, c. m.
Para ser dirigente, pp. 247-252. Estrela do Mar, 1958

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